terça-feira, 26 de maio de 2020

Centenário de nascimento de RUBEN A. - 26 de maio

Ruben A. (1920-1975)- Centenário de nascimento, hoje!

Ruben Alfredo Andresen Leitão, licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, começou por lecionar no ensino secundário, primeiro no Porto e depois em Lisboa, entre 1945 e 1947, ano em que optou por um leitorado de Cultura Portuguesa no King's College (Universidade de Londres), em cujas funções se manteve até 1951. Funcionário da Embaixada do Brasil desde 1954, troca este cargo, em 1972, pelo de Administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Dois anos mais tarde, assumiu a Direcção-Geral dos Assuntos Culturais do Ministério da Educação e Cultura, que manteria apenas alguns meses, dado ter aceite o convite para leccionar de novo, agora como professor associado, na Universidade de Oxford. Foi em 1975, na capital inglesa, que um enfarte de miocárdio lhe seria fatal.Dramaturgo, crítico literário e divulgador cultural de reconhecido mérito, terá sido como ensaísta e como autor de textos autobiográficos – quer sob a forma de diários (Páginas, 6 vols.), quer de memórias (O Mundo à Minha Procura, 3 vols.) – que Ruben A. se deu a conhecer, mas foi sobretudo como ficcionista que as suas ironia e irreverência, associadas a uma prosa de vanguarda, a um arrojo estilístico e a uma originalidade temática, marcaram definitivamente a escrita portuguesa a partir dos anos 50.Da sua obra de ficção destacam-se A Torre de Barbela, nas palavras de José-Augusto França «um dos mais importantes romances da língua portuguesa moderna – obra barroca e louca, nas aparências da sua estrutura tensa exigentíssima»; e, pela sua linguagem inovadora, Silêncio para Quatro, «Um romance de uma grande maturidade. Maturidade de estilo: o comando seguro da palavra incomandada. Maturidade do homem na desesperada procura do amor e da liberdade, numa sociedade que abriu o ventre aos antigos relógios das coisas e que, talvez sem dar por isso, assim contribuiu a horta desolada onde cada dia o homem cultiva a sua solidão» (António Alçada Baptista).in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. V, Lisboa, 1998
Sobre Ruben A.: Liberto Cruz e Madalena Carretero Cruz, “Ruben A.: uma biografia”, Lisboa: Editorial Estampa, 2012
Sobre a Torre de Barbela, escreveu Pedro Mexia no Expresso:
https://expresso.pt/cultura/2020-05-23-A-lei-dos-mortos.-Uma-obra-prima-no-centenario-de-Ruben-A
Acedido em 26 de maio Livro.DGLAB

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