Está patente uma exposição temporária no Edifício dos Paços do Concelho de Penela no âmbito do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal.VIDA, PENSAMENTO E LUTA: EXEMPLO QUE SE PROJECTA NA ACTUALIDADE E NO FUTURO.Então, até ao dia 15 de Março poderá visitar a exposição.
Elementos Biográficos de Álvaro Cunhal
Álvaro Cunhal nasceu em Coimbra
(freguesia da Sé Nova) em 10 de Novembro de 1913. Passou parte da sua infância
em Seia. A família mudou-se entretanto para Lisboa, onde Álvaro Cunhal começou
por frequentar o Liceu Pedro Nunes e, mais tarde, o Liceu Camões.
Concluídos os estudos liceais,
ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa onde iniciou a sua actividade
revolucionária. Participou no movimento associativo estudantil, tendo sido
eleito em 1934 como o representante dos estudantes no Senado Universitário. Foi
militante da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP) sendo
eleito seu secretário-geral em 1935. Membro do Partido Comunista Português
desde 1931, a partir de 1935 passou a integrar o quadro de militantes
clandestinos.
Preso em 1937 e em 1940 e
submetido a torturas, voltou imediatamente à luta logo que libertado depois de
alguns meses de prisão.
Participa na reorganização do PCP
de 1940/41 e é membro do Secretariado de 1942 a 1949, período durante o qual dá
uma contribuição decisiva na actividade e definição da orientação e identidade
do Partido que faz do PCP um Partido profundamente enraizado na classe operária
e nos trabalhadores, com forte influência na intelectualidade e na juventude,
grande partido nacional e dirigente da luta antifascista.
Preso de novo em 1949, passa toda
a década de 50 nas prisões fascistas. Levado a julgamento, fez no Tribunal
fascista uma contundente acusação à ditadura fascista e a defesa da política do
Partido. Condenado, permaneceu 11 anos seguidos nas cadeias fascistas, dos
quais cerca de 8 anos em completo isolamento. Transferido da Penitenciária de
Lisboa para a prisão-fortaleza de Peniche, evadiu-se em 3 de Janeiro de 1960
com um grupo de outros destacados militantes comunistas.
O período desde o início dos anos
60 até à Revolução de Abril de 1974 é extraordinariamente intenso. Integrou
novamente o Secretariado do Comité Central, foi eleito Secretário-geral do PCP
em Março de 1961. Interveio decididamente para a correcção do desvio de direita
e para o combate ao oportunismo de direita e a tendências sectárias e
esquerdistas do radicalismo pequeno-burguês. Deu uma contribuição decisiva na
análise da situação nacional, na caracterização do regime fascista, no traçar
da orientação, na definição das tarefas e na direcção da acção política do
Partido, criando condições para a Revolução de Abril e influenciando o seu
desenvolvimento.
(...)
Álvaro Cunhal foi também o homem,
o comunista, o artista com um apaixonado interesse por todas as esferas da
vida, nomeadamente pela actividade de criação artística, quer no plano da
literatura, nomeadamente com o pseudónimo de «Manuel Tiago», com o romance e o
conto («Até Amanhã, Camaradas»; «Cinco
Dias; Cinco Noites»; «A Estrela de Seis Pontas»; «A Casa de Eulália»;
«Fronteiras»; «Um Risco na Areia»; «Os Corrécios»; «Sala 3»; «Lutas e Vidas»;
«Os Barrigas e os Magriços») e a tradução («Rei Lear» de Shakespeare), quer no
plano das artes plásticas, com o desenho e a pintura («Desenhos da Prisão»,
«Projectos»), quer ainda no plano da reflexão teórica sobre a estética e a
criação cultural («A Arte, o Artista e a Sociedade»).
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