terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Exposição Álvaro Cunhal - até 15 de março

Está patente uma exposição temporária no Edifício dos Paços do Concelho de Penela no âmbito do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal.
VIDA, PENSAMENTO E LUTA: EXEMPLO QUE SE PROJECTA NA ACTUALIDADE E NO FUTURO.
Então, até ao dia 15 de Março poderá visitar a exposição.

Elementos Biográficos de Álvaro Cunhal

Álvaro Cunhal nasceu em Coimbra (freguesia da Sé Nova) em 10 de Novembro de 1913. Passou parte da sua infância em Seia. A família mudou-se entretanto para Lisboa, onde Álvaro Cunhal começou por frequentar o Liceu Pedro Nunes e, mais tarde, o Liceu Camões.
Concluídos os estudos liceais, ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa onde iniciou a sua actividade revolucionária. Participou no movimento associativo estudantil, tendo sido eleito em 1934 como o representante dos estudantes no Senado Universitário. Foi militante da Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP) sendo eleito seu secretário-geral em 1935. Membro do Partido Comunista Português desde 1931, a partir de 1935 passou a integrar o quadro de militantes clandestinos.
Preso em 1937 e em 1940 e submetido a torturas, voltou imediatamente à luta logo que libertado depois de alguns meses de prisão.
Participa na reorganização do PCP de 1940/41 e é membro do Secretariado de 1942 a 1949, período durante o qual dá uma contribuição decisiva na actividade e definição da orientação e identidade do Partido que faz do PCP um Partido profundamente enraizado na classe operária e nos trabalhadores, com forte influência na intelectualidade e na juventude, grande partido nacional e dirigente da luta antifascista.
Preso de novo em 1949, passa toda a década de 50 nas prisões fascistas. Levado a julgamento, fez no Tribunal fascista uma contundente acusação à ditadura fascista e a defesa da política do Partido. Condenado, permaneceu 11 anos seguidos nas cadeias fascistas, dos quais cerca de 8 anos em completo isolamento. Transferido da Penitenciária de Lisboa para a prisão-fortaleza de Peniche, evadiu-se em 3 de Janeiro de 1960 com um grupo de outros destacados militantes comunistas.
O período desde o início dos anos 60 até à Revolução de Abril de 1974 é extraordinariamente intenso. Integrou novamente o Secretariado do Comité Central, foi eleito Secretário-geral do PCP em Março de 1961. Interveio decididamente para a correcção do desvio de direita e para o combate ao oportunismo de direita e a tendências sectárias e esquerdistas do radicalismo pequeno-burguês. Deu uma contribuição decisiva na análise da situação nacional, na caracterização do regime fascista, no traçar da orientação, na definição das tarefas e na direcção da acção política do Partido, criando condições para a Revolução de Abril e influenciando o seu desenvolvimento.
 (...)
Álvaro Cunhal foi também o homem, o comunista, o artista com um apaixonado interesse por todas as esferas da vida, nomeadamente pela actividade de criação artística, quer no plano da literatura, nomeadamente com o pseudónimo de «Manuel Tiago», com o romance e o conto («Até Amanhã, Camaradas»;  «Cinco Dias; Cinco Noites»; «A Estrela de Seis Pontas»; «A Casa de Eulália»; «Fronteiras»; «Um Risco na Areia»; «Os Corrécios»; «Sala 3»; «Lutas e Vidas»; «Os Barrigas e os Magriços») e a tradução («Rei Lear» de Shakespeare), quer no plano das artes plásticas, com o desenho e a pintura («Desenhos da Prisão», «Projectos»), quer ainda no plano da reflexão teórica sobre a estética e a criação cultural («A Arte, o Artista e a Sociedade»).
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